No presente artigo eu vou me dispor a dizer o óbvio, mas tenho certeza de que isso vai abrir os olhos de grande parte dos nossos leitores.
O salário baixo para os professores não é uma questão financeira, mas uma questão estratégica. Vejamos:
Utiliza-se de um sistema de educação sucateado, de um método de ensino fracassado e de uma diminuição da autoridade do professor. Tudo isso gera um quadro caótico em que não é possível ensinar, aprender.
O sistema de educação sucateado impossibilita que o professor disponha de meios, materiais didáticos e até de estrutura física mínima para que o aprendizado ocorra. Quando vem investimento, esse investimento é com fins a proporcionar recursos tecnológicos que só fazem deixar o cérebro dos alunos cada vez mais preguiçosos. Um exemplo disso é a utilização de ferramentas, tais como computador, televisores e outros meios que se portam de uma forma ativa e o aluno de forma passiva. Se for para ter um trabalho, não se pode aceitar de forma alguma trabalho digitado. Tem que ter a letra do aluno porque se ele copiou de alguma fonte, pelo menos ele copiou, transcreveu, leu.
O método de ensino é fracassado, tanto que nos países em que o sucesso no aprendizado ocorre, isso se deve ao fato de o aluno aprender as coisas de uma forma escalonada, ou seja, em primeiro lugar as ferramentas (letras, sílabas, palavras, frases) para depois aprender aspectos mais elevados do aprendizado (significados, correspondências e interpretações). O método de ensino na China é escalonado. A forma como se ensina no Japão é dessa forma. No Cazaquistão, país que não chaga a ser desenvolvido, mas está em 4º lugar no ranking da educação da Unesco, o socioconstrutivismo passa longe.
A baixa remuneração é apenas mais um ingrediente que visa fazer com que o professor não corra atrás, não se esforce, ache não não valha a pena bater de frente e formar realmente cidadãos, mas aplicar mansa e pacificamente o que vem de cima para baixo.
A fase da doutrinação esquerdista já passou. Eu diria que os professores de hoje em dia foram doutrinados na esquerda. Por isso que ainda hoje em dia se ouve falar de Che Guevara como um patrono dos estudantes, como uma bandeira dos movimentos estudantis. Ele que junto com Fidel mandou dezenas de milhares de pessoas para "el paredón". Hoje em dia a intenção do sistema de educação é formar pessoas ineptas absolutamente, formar pessoas que saiam da faculdade semi alfabetizados para que não consigam articular idéias suficientes para se revoltar contra o que está aí.
A perpetuação no poder se faz por duas formas: uma é o confisco de toda propriedade privada e deixar a população igualmente desvalida, como faz Cuba, como fez a URSS, como fizeram outros países comunistas como Laos, Cambodja e países africanos; a outra forma é a utilização do aparato estatal para perpetuar o poder, comprando-se a mídia, os sistemas de educação e até setores religiosos. Por isso que a China criou uma entidade denominada Igreja e proibiu que sacerdotes celebrassem se não associados e obedientes àquele organismo estatal.
Essa forma de dominação foi idealizada por Antonio Gramsci e eu recomendo a todos os professores lerem a respeito para, mais do que não aplicarem esse sistema nefasto, dizerem abertamente aos seus alunos o que o Governo pretende e o que o professor vai fazer. Depois os resultados falam por si mesmos.
Fechando esse raciocínio, eu clamo aos professores que ensinem com simplicidade sim, mas tenham LIBERDADE e exijam por parte dos seus superiores essa LIBERDADE de ensinar da forma que melhor der resultado. Na Finlândia, um país em que os resultados da educação são os melhores do mundo, chega a causar espanto a singeleza das instalações onde a educação ocorre.
Uma pedagoga, certa vez me disse uma coisa que tem que ser levado em conta. Se o aluno não aprende da forma como o ensina, então ensine de uma forma que ele aprenda.
Lembre-se sempre de que a única vítima sempre acaba sendo o aluno, porque se o sistema é ruim, se o salário é baixo e se as condições são precárias, o sofrimento do professor acaba sendo porque não consegue cumprir a contento sua função precípua, prejudicando, não a si mesmo, porque o salário no final do mês, por pior que seja, vai cair na conta, aluno aprendendo, aluno não aprendendo, mas ao aluno.
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