terça-feira, 15 de novembro de 2016

Trecho da entrevista de Camille Paglia sobre ideologia de gênero

Transcrição de um trecho da entrevista de Camille Paglia demonstrando que a relativização dos gêneros é algo que indica um declínio de uma civilização que vai acabar no caos e, então, no caos, os papéis entre homens e mulheres deverão ser novamente bem distintos por questão de sobrevivência.

Muitas vezes disseram que eu sou identificada como transgênero, não há dúvidas de que eu, desde o começo, nasci no fim dos anos 40 e cresci nos conformista anos 50, quando os papéis sexuais eram muito polarizado: uma garota era uma garota e um garoto, um garoto.

Eu não me identifiquei com meu gênero, definitivamente, tive uma grande disfunção de gênero e me vestia com roupas masculinas. O máximo que podia isso só era permitido no dia das bruxas, me fantasiar com roupas masculinas no dia das bruxas.

Mas ainda acredito que existam fundamentalmente dois sexos que são determinados biologicamente, e há uma área cinzenta no meio.

Comecei escrever sobre a androginia, a mistura dos limites entre homem e mulher na faculdade. Gostava muito do assunto, o encontrava em todo lugar. Nas obras de Shakespeare, o travestismo de Rosalind em "Como Gostais".

Quando cheguei à pós-graduação, isso foi o tema da Minha tese, o título original: "sexual Persona", eram as categorias de andrógeno, que se tornou o subtítulo de Minha tese.

Fiz pesquisa na biblioteca, fui à faculdade de medicina e pesquisei sobre biologia reprodutiva e aprendi sobre essa área cinzenta entre gêneros.

Mas é um número muito pequeno de casos, um número diminuto, está bem? Gêneros autênticos que são ambíguos. Acho que é propaganda dos transgêneros faz alegações muito inflamada sobre a multiplicidade de gêneros.

E a cirurgia de redesignação sexual, mesmo hoje, com todos os seus avanços, não pode mudar o sexo de ninguém.

Você pode se identificar como um homem trans, ou como uma mulher trans, ou como uma das novas definições, mas, por fim, toda célula do corpo humano, o DNA dessa célula segue codificado para seu nascimento biológico.

Então, muitas tiras são propagadas atualmente que acho que não é do melhor interesse de ninguém.

O que me preocupa é a popularidade e a disponibilidade da cirurgia de redesignação sexual. Alguém que não sente que pertence ao gênero biológico, as pessoas estão sendo encorajados a intervir no processo. Pais estão sendo encorajados a submeter a criança a procedimentos cirúrgicos que acredito ser uma forma de abuso infantil. Hormônios para desacelerar a puberdade, manipulações cirúrgicas etc. Acho isso errado, acho que as pessoas devem esperar até ter idade para dar consentimento. Pais não deviam fazer isso com seus filhos.

E acho que até na adolescência é cedo demais para esse salto. As pessoas mudam, as pessoas crescem e se adaptam.

Preocupa-me... E meu estudo histórico em "Sexual Persona", sempre falo sobre as fases mais avançadas de Cultura. Sempre fui atraída pelas fases mais avançadas, ou decadentes da cultura.

Oscar Wilde é um dos grandes expoentes no fim do século XIX. Ele é uma de minhas maiores influências na juventude. E descobri, em meu estudo, que a história é cíclica.

Em qualquer lugar do mundo você encontra um padrão. Em períodos antigos, que quando uma cultura começa seu declínio, você tem o surgimento de fenômenos transgênero. Isso é um sintoma do colapso de uma cultura.

Então, ao invés de as pessoas elogiarem o liberalismo humanitário que permite todas essas possibilidades transgênero aparecerem, ou serem encorajadas, eu ficaria preocupada com como a cultura ocidental está se definindo para o mundo, porque, na verdade, esse fenômeno está incentivando os irracionais e quase psicóticos inimigos da cultura ocidental na forma do Estado Islâmico e outros jihadistas. Nada define melhor a decadência do ocidente para os jihadistas do que nossa tolerância à homossexualidade aberta e essa mania transgênero.

Acho que qualquer visão de futuro... O futurismo da ficção científica do fim do século XIX e começo do século XX, normalmente projetou que homens e mulheres, no espaço distante começaram a se adaptar em gênero. Você vê isso em "Star Wars", o gênero começa a ser apagado, homens e mulheres trabalham lado a lado quase como uma máquina, algo de mecânico, fazendo desaparecer as diferenças de gênero.

Sim, cada vez mais o "masculino" é visto como algo retrógrado, algo paleolítico, algo que pertence ao passado. No entanto, sigo avisando que a possibilidade de desastre de qualquer tipo: o desastre político, guerras, fome, mas também problemas climáticos muito severos. Não o aquecimento global, cujas alegações são inflados.

Acho que a mudança climática é inerente a história da Terra e todo tipo de coisas pode acontecer com a terra: Erupções Solares inesperadas, vulcões em erupção e mandando cinzas para atmosfera. Mudar o clima tão gravemente durante décadas que a produtividade agrícola no mundo todo é afetada. Todo tipo de coisa pode acontecer, e o aviso... Se estudar a história, é previsível.

Como Roma caiu, o Ocidente também cairá. E o que nos restará? Dependeremos homens de novo, precisaremos de HOMENS.

As mulheres e crianças ficarão em casa e os homens terão de sair e caçar animais selvagens com as mãos, cortar a carne e fazer o trabalho pesado e, de repente o masculino voltará.

Então, acredito que o gênero é fluído em um respeito. Tirando isso, existem certos fatos fundamentais que a atual teoria dos gêneros se recusa a reconhecer.

A maioria dos homens tem de oito a dez vezes mais o nível de testosterona, o hormônio masculino, que qualquer mulher, está bem? Existem diferenças profundas no cérebro que surgem de banhar os tecidos nesse hormônio masculino.

Não vejo testosterona como inimigo da humanidade como tantas feministas veem. Acho que essa energia ativa e agressiva dos homens criou civilizações.

A mulher moderna se beneficiou tremendamente desses grandes sistemas que o homem criou. E nesses sistemas protetores nós tomamos o poder, temos uma voz, temos proeminência, etc., etc. Me parece muito ingrato a mulher moderna negar todo o trabalho... E o trabalho que o homem continua a fazer, o homem segue fazendo no mundo, todo o trabalho sujo com as mãos.

O trabalho sujo e sem glamour com as mãos. Sair após uma tempestade com cabos elétricos caídos porque as árvores derrubaram os cabos, desafiando a morte... Eles saem no meio da noite.

Não vejo mulheres clamando para sair no meio da noite para consertar a rede elétrica, não vejo mulher clamando para misturar o piche quente e colocar nos tetos. Ou para consertar as redes de esgoto, algo que há duas semanas, uma grande rede de esgoto se rompeu numa cidade vizinha e as pessoas que estavam lá fazendo o trabalho sujo eram todos homens, os quais nós deveríamos agradecer.

Acredito que, com a mudança das culturas, sim, existem definições distintas de homem e mulher. Em culturas mais sofistica os sexos se unem, então há um grande colapso e recomeçamos a história humana, e existe a separação dos Sexos.


2 comentários:

  1. É um ponto de vista. Também acredito que a história seja, em algum nível, cíclica. Mas não acredito que seja exatamente um loop. Ela parece se desenrolar de maneira distinta, até porque criamos e propagamos algumas memórias coletivas de tempos passados que nos permitem refletir e moldar como pudermos o que está acontecendo.

    Parece sensato pensar que o processo de aceitação ocidental da homossexualidade que está acontecendo pode despertar a ira de grupos extremistas em outras partes do mundo. Mas nesse ponto me parece sensato também refletir qual lado estaria mais próximo de estar errado. Eu me arrisco a dizer que qualquer pessoa que se propõe a tirar outras vidas em prol do que acredita está errada. Independente do lado em que ela se encontra.

    E também vimos isso na história, os extremismos caem da mesma forma que se levantam. Assim como os meios, não há um consenso, a tendência é sempre a mudança. Talvez daí a ideia de ciclo.

    Infelizmente e felizmente não tenho uma visão única que tomo como verdade absoluta. Acredito que devemos sim dar o direito a liberdade de escolha às pessoas, me parece muito doloroso subjugar-se ao que terceiros esperam. Mas também acho razoável utilizar da educação para permitir que as pessoas façam escolhas que respeitem o direito alheio. Então concordo quando a entrevistada diz que os pais devem esperar que as crianças amadureçam (ou algo nesse sentido).

    Enfim, para mim nosso problema encontra-se dentro de nossos pensamentos, as aparências e o que vemos parecem ser apenas desdobramentos do que acreditamos. A soma de tudo que todos acreditam.

    Mas ainda hoje acho que a solução para esses e vários outros problemas reside simplesmente em respeitar o direito que cada um tem de viver a própria vida (e sou muito grata por viver em um momento em que a maior parte das pessoas acreditam que todos tem direito à própria vida).

    A pergunta que sempre me vem a cabeça quando reflito sobre isso é: mas o que fazer com todas as outras pessoas do mundo que não respeitam o meu direito ou o direito dos outros? Não sei ao certo, ainda temos muito a progredir neste sentido. Mas uma coisa eu tenho como certa para mim, não posso deixar que elas sejam uma desculpa para que eu cometa os mesmos erros. E isso é "ensinamento de mãe": "não, eu não sou todo mundo" e "eu não vou pular num buraco só porque outras pessoas pularam".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tirar a vida em nome do que acredita é errado. Apenas se no país houver pena de morte e a pessoa for julgada por um tribunal competente e independente que pode ser condenada à morte. Mas essa postura também deve abarcar, com certeza, as mulheres que são favoráveis ao aborto, elas não têm o direito de abortar e é errado matar alguém em nome do que acredita. Estão querendo descriminalizar o infanticídio agora. Está tudo errado e essa sua postura deve ser mantida, inclusive contra esses grupos. Nesse ponto estamos juntos.

      Os grupos extremistas que perseguem os homossexuais são os muçulmanos, o pessoal do Oriente Médio. Esses sim são intolerantes. Vocês têm que entender que os movimentos LGBT se desenvolveram no Ocidente porque os ocidentais são tolerantes com os homossexuais, não o oposto. Os ocidentais não ficaram tolerantes por causa do desenvolvimento dos grupos LGBT. Tenta desenvolver esses grupos nos países dominados pela Sharia. Impraticável. Eles destruíram os respectivos países por causa da Sharia e agora querem vir para o Ocidente implantar a Sharia aqui também e destruir o Ocidente. Contra eles que você tem que combater, porque os ocidentais já são tolerantes.

      Uma dessas coisas que acreditamos que moldam as nossas atitudes é o politicamente correto. o relativismo moral absoluto, que não nos deixa perceber que se for instalada uma comunidade muçulmana no Rio de Janeiro, vinda do Oriente Médio, eles vão estuprar, matar e roubar, como estão fazendo n a Inglaterra, França e Alemanha. Existem pessoas que vão ficar chocadas com mulheres de biquini na praia e não vão expressar esse estado de choque com textão no facebook, mas degolando pessoas. Por isso que os movimentos feministas e LGBTs prosperaram no Ocidente, porque a tolerância precede a esses movimentos.

      Você vive em um lugar geográfico onde as pessoas respeitam os diferentes, graças à influência cristã presente na nossa sociedade. Sociedades de índole corânica e regidas pela Sharia, esse tipo de liberdade não existe ainda hoje em dia. A questão não é tempo, mas espaço. da Vinci era homossexual. Michelangelo era biba barraqueira. Ninguém os importunava nas suas baitolagens e isso no século XV e XVI. É lenda que homossexuais eram queimados na fogueira apenas por serem homossexuais.

      O que fazer é parar de ser politicamente correto e dizer: O Ocidente, de índole cristã, é tolerante, por isso que os movimentos LGBT e feministas cresceram aqui. No oriente, homossexuais recebem um "estupro corretivo", são dadas em casamento contra a própria vontade e, se não dão prole, são mortos pelos próprios pais. Aqui temos liberdade de católico vira protestante, judeu vira cristão e muçulmano virar cristão. Porque vivemos no Ocidente. No Oriente não há essa liberdade e se um muçulmano abandona o islã ele deve ser morto pelo próprio pai. Se um hindú abandona sua religião, são excluídos do convívio social. Se uma pessoa pertencente a uma comunidade africana renega a religião local e se diz cristão, corre risco de ser expulso da comunidade, ou ser morto.

      Você não vive em um momento histórico favorável, você vive em uma localidade geográfica favorável.

      Excluir